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Grupo Tambores de Louvação lança “Caminho Devoto”

Atualizado: 22 de mar. de 2022

Tambores de Louvação Imagem: Josemar Garcia / Divulgação.

O grupo Tambores de Louvação surgiu por meio das oficinas de mesmo nome, ministradas pelo percussionista Rafael Barros, do Instituto Arraial do Pavulagem. Nas oficinas eram estudados os ritmos da Amazônia e sua relação com as festividades religiosas, unindo o som e conhecimento até mesmo histórico sobre estas manifestações populares. Com o passar do tempo, o grupo se formou e passou a se apresentar; e depois, a compor suas próprias músicas, sempre com características dos ritmos estudados. Três anos depois do primeiro show, intitulado “Mistério Nosso”, de 2018, eles lançam na próxima sexta-feira, 25, seu álbum de estreia, “Caminho Devoto”, pela Secult/Lei Aldir Blanc, em todas as plataformas digitais de música.




Rafael Barros é percussionista há mais de 20 anos, graduado em Licenciatura Plena em Música pela UFPA, desde então, pesquisa sobre a percussão paraense e amazônica, tendo ainda a percussão brasileira na sua base de formação. “Até por isso fui convidado a integrar o Arraial do Pavulagem. O Edgar Chagas me convidou primeiro para ministrar as oficinas para o cortejo, depois eles precisaram de mais uma pessoa para ensaiar o Batalhão da Estrela, e logo em seguida, veio o convite para tocar na banda”, conta. Quando entrou em 2005 para o Pavulagem, ele também já vinha da experiência com o grupo Quaderna, fundado por Allan Carvalho e Cincinato Marques.





Uma pessoa importante nessa trajetória também foi o professor Vanildo Monteiro, com quem Rafael estudou no Conservatório Carlos Gomes, no final dos anos 1990, que o estimulou a ministrar oficinas no Curro Velho. “E uma coisa que me encanta é dar aula. Daí que fui para a Licenciatura na UFPA e meu TCC foi sobre a Irmandade de Carimbó de São Benedito, de Santarém Novo, município próximo à Salinas, cuja festividade ocorre de 21 a 31 de dezembro, tendo o carimbó como ritmo principal”.




Ao seguir pesquisando esse tópico, Rafael foi estreitando os laços entre cultura popular e religiosidade. “Na Amazônia tem muito disso. Você tem o Marabaixo, no Amapá; os Boi-Bumbás de Belém; o Marambiré, de Alenquer; e fui criando essas oficinas. Na época eu também estava ministrando uma oficina, a pedido da Esperança, que trabalha com danças circulares, sobre as Cantigas do Divino Espírito Santo do Maranhão. Ela me trouxe um livro, escutei as músicas. E dessa associação com o que eu já tinha pesquisado sobre Santarém Novo, me veio em mente o nome ‘Tambores de Louvação’”.



Caminho de voto - Imagem: Gabriela Maurity / Divulgação.


“Em Santarém Novo, por exemplo, tem os carimbós que são para a Alvorada, tem os carimbós para a levantação do mastro, diferentes uns dos outros. E mais à noite tem as ladainhas, seguidas das festas que vão das 21h até uma 3h. Eu passei aos alunos todos esses detalhes, até uma noção da etnomusicologia, de que o tambor é maravilhoso, mas ele não toca só e esse tocador está envolto dentro de uma comunidade”.




Sobre o processo de composição, Rafael Barros conta que este foi de aprendizado também para ele. “A composição veio da minha parte, vou direcionando o grupo. Eu já tenho um primeiro CD chamado ‘Arvorear’, de 2008, então a composição já vem permeando meu caminho. E foi algo que veio um pouco do Pavulagem, de poder viajar até os municípios, ver essas manifestações de perto. Lembro a primeira vez que fui para Quatipuru com eles, a gente abriu a porta da van e estava rolando a Marujada. Você fica encantado, deixa de ser a pesquisa em um vídeo, no livro, para vivenciar”.




O nome do álbum - “Caminho Devoto” - nasceu diante dessa geografia das festividades, representada pelas músicas e seus ritmos. “Tem uma música que faço ligação do Curiaú, um dos quilombos em Macapá que faz o Marabaixo - fui lá pesquisar com o mestre Bolão - e o rio Caraparu, onde tem o Círio Fluvial de Nossa Senhora da Conceição, em Santa Izabel, com as crianças vestidas de marinheiro, nos barquinhos. É lindo aquilo. E fiz uma brincadeira [sonora] entre os nomes dos dois: ‘Caraparu-Curiaú’. Então tem a questão dessa geografia, desses caminhos”.




Serviço: TAMBORES DE LOUVAÇÃO NAS REDES SOCIAIS (Instagram

@tambores.de.louvacao / Youtube/ Tambores de Louvação) Link só Pré-save do disco



Texto: Lais Azevedo (Assessoria de imprensa)



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