A Associação dos Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará divulgou o resultado final da seleção de projetos ao edital de audiovisual proposto dentro do contexto da Lei Aldir Blanc, para todo o estado. Foram quase 300 inscrições recebidas e direcionadas a todas as categorias oferecidas, e 52 projetos foram premiados para receberem recursos de maneira a desenvolverem novos produtos audiovisuais.
Os projetos inscritos passaram por duas fases de habilitação, e os avaliadores consideraram, a partir de itens a serem mensurados e pontuados, a inventividade, a qualidade artística e relevância cultural, viabilidade técnica, coerência da proposta e contribuição na promoção de acessibilidade das ideias: “a equipe de pareceristas se debruçou para escolher projetos viáveis e bem justificados de maneira que essa produção a ser desenvolvida no próximo trimestre seja expressiva do cinema paraense”, afirma Deize Botelho, da equipe gestora do edital.
Criada em junho de 2020 para alimentar as várias cadeias produtivas, entre outros objetivos, a Lei Aldir Blanc surgiu durante um ano de paralisações e perdas para o setor cultural, analisa Indaiá Freire, produtora e realizadora paraense, uma das ganhadoras do edital: “sabemos que muitas funções e serviços movimentam o mercado atrelado à cultura, fazendo a roda econômica girar, e toda iniciativa nesse sentido é louvável. Torço para que outras iniciativas, como esta, sejam replicadas”, disse.
A diversidade geográfica foi amplamente reconhecida pelo resultado do edital: oito regiões de integração do Pará, representadas por treze municípios, foram contempladas com resultados favoráveis indicando um crescimento na produção audiovisual do estado, segundo Antonio Botelho, presidente da Associação de Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Para ́: “O estado vem se afirmando como um polo criativo de cinema, abrindo novas frentes de trabalho e vendo crescer a mão de obra em uma área que move milhões de reais ao ano, tornando-se cada vez mais importante para o desenvolvimento humano”, concluiu.
Considerando distâncias e dificuldades de acesso, o que historicamente exclui muitos fazedores e fazedoras de cultura de processos seletivos, que ainda se defrontam com ferramentas inacessíveis aos locais onde vivem, o resultado do editai de audiovisual demonstra que algum progresso foi alcançado nesse patamar, dando oportunidades a projetos de realizados mais jovens e em início de carreira.
O projeto Entre resistir, persistir e existir: relatos de resistências políticas na Resex Rio Xingu pós-Belo Monte, contemplado na categoria de produção de curta-metragem, do município de Altamira no Xingu, propõe a criação de uma memória de líderes dando voz a quem abriu caminho à luta em favor dos direitos fundamentais das comunidades locais: “vimos neste edital a chance de realizar o filme”, conta Dimitria Leão, proponente do projeto e representante de um grupo que vem construindo o roteiro e o argumento há mais de um ano, junto a Herlan Barbosa, diretor do filme, morador da comunidade Volta da Pedra, da Reserva Extrativista Rio Xingu e filho de uma liderança local e conhecedor do processo da criação da Resex. “Muitos líderes foram esquecidos e o filme servirá para que as novas gerações os conheçam e os valorizem”, afirma o diretor.
Os projetos serão desenvolvidos e finalizados até o mês de abril, quando os resultados
serão conhecidos e divulgados.
Serviço
Resultado final do edital de audiovisual da Lei Aldir Blanc Pará
Texto: Ascom da Associação de Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará
(91)9819-89370 / aldirblancaudiovisual.imprensa@gmail.com
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